Texto escrito por Andrey Santiago
Estudante de Cinema na UFSC e Criador do TraduAgindo
Em nossa sociedade, um pensamento bastante comum é a ideia de que nossa profissão pode salvar o mundo.
Ao ingressar em determinada carreira, pessoas podem acabar acreditando que sua categoria é o principal determinante para a mudança na sociedade.
Afinal, como ter uma país sem médicos? Mas quem ensina os médicos? Não dá para ter um país sem professores. E o prédio que os professores dão aulas, são construídos por quem? Arquitetos? Engenheiros? Pedreiros?
A realidade é que esse pensamento e prática de priorizar somente os interesses de uma categoria em relação à outras tem um nome: corporativismo.
E ninguém está a salvo: artistas, advogados, jornalistas, cientistas, funcionários públicos, todos estão suscetíveis a dar maior importância para sua categoria do que para sua classe, alguns mais do que outros, especialmente profissionais liberais.
Com base em Marx, entendemos que não basta apenas se reconhecer enquanto “classe-em-si”, é preciso se reconhecer enquanto “classe-para-si”, isto é, ter uma consciência de que suas demandas políticas são sempre coletivas.
A luta econômica, para Lênin, – aquela que envolve as disputas salariais, demandas contra patrões, e são mais localizadas – é uma das formas de luta da classe trabalhadora, mas não é a única.
A classe trabalhadora também é protagonista na sociedade por meio da luta política e da luta ideológica, e para organizar essas lutas, é necessário que exista um instrumento que represente toda a classe trabalhadora.
É aqui que Lênin tem uma de suas principais formulações: não basta apenas pensar na sua própria profissão, não basta se organizar em sindicatos, é preciso se organizar politicamente em um partido.
Todas as categorias formam nossa sociedade e cada uma contribui de forma única, mas de modo algum, são elas sozinhas que sustentam um país.
Organização popular, isso salva o mundo.
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