Abaixo disponibilizamos uma breve biografia de Thereza Santos feita pela página Arte de Comuna, originalmente publicada no Instagram:
Thereza Santos, nascida em 07 de julho de 1930, em Rio de Janeiro/RJ. Muito cedo já se envolvia com a política e o teatro, tornando-se atriz e militante comunista. Entrou na Juventude Comunista e já participava de filmes no cinema, como O Cortiço, de Luiz de Barros. Em 1949, atuou em Orfeu Negro, vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro.
Ingressou na Faculdade Nacional de Filosofia (atual UFRJ), militou no Centro Popular de Cultura (CPC) da UNE. Neste período começou a fazer teatro de rua, com perspectiva no engajamento político. Trabalhou na Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira, dirigindo uma ala de crianças e organizando as mulheres no departamento feminino.
Nos 1960, começou a participar, no Brasil, do Movimento pela Libertação dos Povos Africanos de Expressão Portuguesa. No final da década, foi uma das fundadoras do Centro de Cultura e Arte Negra (Cecan). Em 1970, já integrando o Teatro Experimental do Negro (TEN) e depois de se mudar clandestinamente para São Paulo, escreveu junto com o sociólogo e dramaturgo Eduardo Oliveira, a peça E agora…falamos nós, que estreou no Teatro do Masp, com um elenco exclusivamente de atores e atrizes negros.
Durante o AI-5, foi interrogada pelo Cenimar, devido sua relação com movimentos considerados subversivos e o Partido Comunista Brasileiro (PCB). Fugindo da repressão no Brasil, se exilou na África, onde participou ativamente do movimento de libertação da Guiné-Bissau e de Angola. Ainda na Angola, organizou a Escola de teatro, realizando produções dramatúrgicas que eram encenadas em datas e eventos comemorativos, como os congressos do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e o Festival de Cultura Africana.
Na década de 1980, retorna ao Brasil, se tornando a primeira mulher negra nomeada para o Conselho Estadual de Condição Feminina de São Paulo. Tornou-se assessora de cultura afro-brasileira da Secretaria do Estado de São Paulo, entre 1986 e 2002.
Em 2008, publicou sua autobiografia Malunga Thereza dos Santos – A História da Vida de uma Guerreira, pela Editora UFSCar.
Faleceu no dia 19 de dezembro de 2012, em Guarapuava/PR.