A Grande Questão da Vida é o Tempo

Texto escrito por Andrey Santiago

Estudante de Cinema na UFSC e Criador do TraduAgindo


Quem nunca acabou cancelando compromissos, atividades ou encontros por falta de tempo? Ou teve que se desdobrar para encontrar algum “tempo livre” na agenda?

Hoje em dia, correr não significa apenas se deslocar de um ponto até o outro, significa ir contra o ponteiro do relógio.

A correria cotidiana, lutar pela sobrevivência, nos deixa cada vez mais esgotados, sem tempo pra nada.

24h parece não bastar para fazer tudo aquilo que queremos fazer, que temos potencial de fazer. Quando se faz as contas, a conta não fecha.

Aqui reside uma questão fundamental da vida humana: nossa existência não é infinita, nosso tempo na Terra terá um fim.

O controle do nosso tempo pela produtividade desenfreada do sistema é uma das formas de nos afastar de nós mesmos.

Quer tempo para suas relações? Primeiro vem o trabalho pela maior parte do dia, depois a exaustão, e quem sabe, um período de poucas horas pro lazer. Se organizar? Nem pensar!

Para Marx, uma das formas de alienação que vivemos no capitalismo é a que se chama “estranhamento do ser humano pelo ser humano”, ou seja, a indiferença, a insensibilidade, e a incapacidade de reconhecer e se conectar com as outras pessoas.

E quanto menos tempo para essa possibilidade de conexão, de formar e manter relações sociais, de se organizar para enfrentar essa realidade, melhor para o sistema.

Entretanto como diz Antonio Candido: A luta pela justiça social começa por uma reivindicação do tempo: ‘eu quero aproveitar o meu tempo de forma que eu me humanize’.

Nunca a demanda de 30h semanais de trabalho foi tão necessária.

Nunca o fim da dupla/tripla jornada de trabalho para mulheres foi tão importante.

Se quisermos alcançar nosso potencial criativo, realizar todos os nossos projetos ou compartilhar momentos de qualidade com aqueles ao nosso redor: é preciso reivindicar o tempo.

E enquanto tudo isso não muda, busque não ceder ao estranhamento dos outros, é também por meio das relações sociais que nos tornamos humanos.

Mais tempo para os nossos, menos tempo para eles.

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