Titulo original em tradução livre: Hannah Arendt, uma Supremacista Branca
“O direito à livre associação e, consequentemente, à discriminação, tem maior validade do que o princípio de igualdade”, escreveu Hannah Arendt em 1957, em apoio a segregação no Sul dos EUA.
Em uma recente lista dos Top 144 “heróis judeus”, publicado pela revista israelense Beit Hatfutsot, Arendt foi listada junto a 10 heróicos “pensadores”, próxima de Albert Einstein e Martin Buber. Nascida na Alemanha, Arendt sempre apareceu fortemente nos círculos judaicos. Ela é muitas vezes representada como a Intelectual Judia consumada e é quase sempre anunciada e elogiada em círculos judeus de liberais e progressistas. Mas é hora de contar a verdade sobre Arendt. Ela não era nenhuma heroína. Ela era uma supremacista branca, uma intelectual do inicio do século 20, de uma descendência europeia que combinava nocivas noções de superioridade branca europeia com uma visão tóxica de mundo. Ela ridicularizou vastos continentes ao dizer que eles estavam cheios de “selvagens”. É hora de fechar o livro sobre Arendt: ela foi um produto de um século XX brutal e racista, não uma heroína judia, mas uma vilã.
Ela é a representação de tudo que deu errado quando os judeus na Europa abraçaram o conceito de supremacia racial europeia em uma tentativa de se integrar ao nacionalismo europeu.
Arendt nasceu em Linden, na Alemanha, em 1906. Em 1920 ela estudou na Universidade de Friburgo e começou um romance com o filósofo Martin Heidegger. Ela completou sua dissertação em 1929 em Heidelberg e fugiu da Alemanha em 1933 com a ascenção do nazismo. Ela eventualmente foi parar em Nova York em 1941. No período pós-guerra ela brevemente administrou a companhia de Reconstrução Cultural Judaica, uma organização que ajudou a coletar itens culturais judaicos no período pós-guerra na Alemanha. Logo depois ela publicou “As Origens do Totalitarismo”, uma das muitas publicações que consolidou ela como uma pensadora.
Desde então, ela se juntou a um panteão de pensadores judeus que se supõe “conhecer” e respeitar. A adoração que Arendt é dada parece basear-se na sabedoria recebida.
As pessoas acham que ela é importante, então ela é importante.
Poucas pessoas parecem ter lido o que ela realmente escreveu.
Arendt era uma nacionalista alemã até o ponto em que foi forçada a fugir da Alemanha devido ao anti-semitismo.
Seu mentor favorito, e amante, foi Heidegger. Em 1933, Heidegger fez um discurso como reitor de sua universidade sobre a “missão histórica do povo alemão” e a “resolutividade do corpo estudantil alemão para ser igual ao destino alemão”. Ele elogiou o “banimento” da liberdade acadêmica e falou brilhantemente do vínculo da universidade com as forças armadas. Infelizmente Arendt permaneceu em contato com o acadêmico nazista e testemunhou em seu nome em uma audiência de desnazificação em 1950.
Ela contribuiu para sua reabilitação e ele estava dando aulas novamente em 1951, mesmo com ele durante o período nazista colaborando enquanto um acadêmico na repressão de judeus na universidade.
A visão racializada de Arendt do mundo se encaixou nas visões fascistas predominantes na Europa quando ela fugiu para os EUA. Em Origens, ela descreveu a “raça” como um princípio político.
“A raça foi a resposta dos Boers [sul-africanos de descendência europeia] à monstruosidade esmagadora da África – um continente inteiro povoado e superpovoado por selvagens”.
Ela escreve sobre o “continente negro”, onde um “mundo de selvagens nativos era um cenário perfeito para homens que haviam escapado da realidade da civilização… seres humanos que, vivendo sem o propósito de um futuro e a realização de um passado, eram tão incompreensíveis quanto os internos de um hospício.”
Arendt celebrou o colonialismo, chamando o de uma “forma de conquista” sendo levada em “países exóticos”. Exterminar as populações nativas estava bem porque estava “quase continuando a tradição dessas próprias tribos. Exterminação de tribos hostis tem sido quase a regra geral de todas as guerras nativas na Africa.”
Esta é a escrita da “grande erudita” e da “heroína judia” com a qual muitas pessoas se tornam poéticas. O que é surpreendente não é que alguns intelectuais tenham escrito dessa forma em 1951, mas que tantos estudantes estão sujeitos a esse lixo em 2016 por bajuladores acadêmicos não-críticos de Arendt.
Em 1957, tendo se graduado de flertes com os filósofos nazistas em 1930 para apoiar o colonialismo em 1951, ela defendeu a segregação em 1957 em seu ensaio “Reflexões sobre Little Rock”. Ela alegou estar escrevendo como um estranho sobre o “preconceito” norte-americano da segregação.
“Como a maioria das pessoas de origem europeia”, ela afirmou não entender as esquisitices da América, mas “como judia” ela disse, ela tinha “simpatia” pela “causa dos negros”. No entanto, o ensaio em si sugere o oposto.
Ela fala dos “problemas não resolvidos ligados aos negros que vivem em nosso meio”. Que “problema”? O problema não é o racismo branco, ao invés da população negra? Ela pediu “cautela” na intervenção do governo para impor a de-segregação e apontou que uma pesquisa na Virgínia mostrou 92 por cento de oposição à integração escolar.
92% de brancos? Ela comparou a imposição da de-segregação a forçar casamentos mistos. Ela apoiou a segregação com base na lógica de que “resorts de férias neste país são frequentemente ‘restritos’ de acordo com a origem étnica”.
Em vez de se opor aos resorts para apenas brancos, ela os apoiava.
Acadêmicos que gostam de Arendt não gostam deste ensaio dela, em um evento de 2007 realizado em Princenton, foi até mesmo perguntando se esse ensaio poderia ser “desconsiderado” em apresentações do pensamento político de Arendt. Entretanto, nem todos os acadêmicos tentam ignora-lo; Katrhryn Gines escreveu um livro sobre a “Questão dos Negros” de Arendt em 2014.
Logo depois de sua argumentação pró-segregação, Arendt estava em Jerusalém cobrindo o julgamento de Adolf Eichmann. Em 1961, ela escreveu para seu antigo conselheiro, Karl Jaspers, outro acadêmico alemão, que havia permanecido na Alemanha durante a guerra e com quem Arendt mantinha relações próximas.
Descrevendo Israel, Arendt observou que o país tinha em seus principais juízes alemães de quem ela aprovava como “o melhor dos judeus alemães”. Abaixo deles estavam advogados, um dos quais, um judeu galego, “ainda era europeu”, observou ela. “Tudo é organizado pela força policial israelense que me dá arrepios. Falam apenas hebraico e parecem árabes. Alguns brutos francamente entre eles. Eles obedecem a qualquer ordem. Do lado de fora das portas do tribunal, a turba oriental, como se estivesse em Istambul ou em algum outro país meio asiático.
As pessoas que pareciam árabes eram vistas como repugnantes por Arendt. Os “orientais” faziam parte de uma “multidão”, semelhante aos “selvagens” que ela descrevera em seus escritos anteriores.
É hora de admitir que, por meio da escrita de Arendt, há um fio da supremacia branca europeia. Ela era em grande parte um produto da década de 1920. Foi por acaso que ela era judia e não alemã, porque estava mais próxima intelectualmente dos acadêmicos nazistas com quem se associava.
Como uma mulher com tais visões racistas, tal desdém odioso por “continentes escuros”, “selvagens”, “escória” e “orientais” passou a ser vista como “progressista”? Principalmente por causa do trabalho cuidadoso de outros falsos progressistas racistas para mantê-la no panteão e enganar os judeus com inclinações liberais. Assim como Karl Marx e muitos outros escritores não estão sujeitos à crítica adequada para suas visões racistas, Arendt também recebe um passe livre. É hora de fechar o livro sobre Arendt. Ela não é uma heroína. Ela é uma vilã e representa um ponto trágico na história judaica europeia, onde alguns judeus abraçaram a supremacia branca para se encaixar no contexto europeu. Eles deveriam ter abraçado os “orientais”, ela zombou.
Artigo escrito por Seth J. Frantzman para o The Jerusalem Post.
Disponível originalmente neste link.
Para encontrar as fontes do que é dito no texto, pode-se ler este texto abaixo que é do mesmo autor, sendo uma continuação que traz referências bibliográficas do que é afirmado sobre a autora.
“Refêrencias ao Racismo de Hannah Arendt” – Seth J. Frantzman por Acervo Crítico.
Tradução por Andrey Santiago
Leitura fraca, superficial e simplória dos estudos e análises de Hannah Arendt… conceito de pluralidade é caro para esta pensadora. Pluralidade requer respeito de todos diante das múltiplas diferenças (raciais inclusive) que os humanos possuem a partir do momento que coexistem no mesmo mundo… Desculpe, mas esse “artigo” está cheio de achismos e descontextualizações.
CurtirCurtir
Corretíssimo. A condição humana mor no pensamento de Arendt é a da pluralidade. O artigo pouco se debruça sobre a obra filosófica de Arendt, pinçando algumas frases fora de contexto para tecer uma argumentação falaciosa, ad hominem. Se alguém quer se propor a fazer uma acusação tão séria quanto a de racismo, então é bom que haja um mínimo de honestidade intelectual para compreender o contexto os quais as frases são ditas. No entanto, isto só é possível lendo os textos por inteiro, coisa que o autor obviamente não fez. Filosofia não é achismo, e acusar levianamente quem nao pode se defender é forte sinal de canalhice. Ao autor, estude a fundo sobre o que voce quer falar ou fique calado. Ao tradutor, estude mais sobre o texto que vai traduzir e publicar para nao ficar com a imagem de pseudo-intelectual propagador de desinformação.
CurtirCurtir
O texto trouxe verdades que a academia branca progressista não quer engolir.
CurtirCurtir