Documento aprovado ao final do Quinto Congresso Pan-Africano, realizado entre 15 e 21 de outubro de 1945, logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, na cidade de Manchest, Inglaterra.
Originalmente disponível nos arquivos pessoais de W.E.B. DuBois, publicados aqui.
Tradução por Andrey Santiago.
Os delegados do Quinto Congresso Pan-Africano acreditam na paz. Como poderiam acreditar no contrário quando por séculos foram vítimas da violência e da escravidão? Ainda assim, se o mundo continua determinado a governar a humanidade pela força, então os Africanos terão que apelar para a força enquanto seu último recurso, para assim conquistar a liberdade, mesmo que essa força destrua eles e o mundo.
Nós estamos determinados a sermos livres; queremos educação, o direito a ter uma vida decente; o direito para expressar nossos pensamentos e emoções, a adotar e criar formas de beleza. Sem isso, morremos mesmo se estivermos vivos.
Nós demandamos autonomia e independência para a África Negra até e não mais que o possível para que neste “Único Mundo” grupos e povos possam governar a si mesmos, sujeitos a inevitável Unidade Mundial e Federação.
Não temos vergonha de termos sido um paciente povo que aguardou eras; estamos dispostos até mesmo agora, a sacrificar e buscar corrigir nossas falhas humanas; mas não estamos dispostos a continuar com fome enquanto produzimos o duro trabalho para o mundo, de modo a dar suporte pela nossa pobreza e ignorância a uma falsa aristocracia e um imperialismo desacreditado. Nós condenamos o monopólio do capital e a lei da riqueza privada e a indústria apenas para o lucro privado. Nós damos boas-vindas a democracia econômica enquanto a única real democracia; por essa razão, nós iremos criticar, apelar e denunciar; vamos fazer o Mundo escutar os fatos de nossa condição. Por sua melhoria vamos lutar de todos os modos e maneiras que pudermos.
A essa declaração nós acrescentamos as demandas imediatas e específicas de vários grupos e povos de descendência africana.