Cláudia Jones – O Dia Internacional da Mulher e a Luta pela Paz

Discurso proclamado em 1950, publicado em março do mesmo ano na revista Political Affairs.

Disponível originalmente no site Liberation School.

Tradução por Natalia Veiga.


Mulheres na Luta por Paz e Segurança

No Dia Internacional da Mulher deste ano, milhões de mulheres, no campo da paz mundial, lideradas pela poderosa terra do Socialismo, juntarão forças para fazer do dia 8 de março de 1950 um dia de demonstração da luta por paz, liberdade e direitos femininos.

Em nossa própria terra haverá mais de 50 celebrações. No Lower East Side, em Nova York, berço deste dia de lutas, de origem americana, por direitos iguais para as mulheres e nos principais estados industriais, como Illinois, Ohio, Michigan, Pensilvânia, Califórnia, Massachusetts e Connecticut, haverá uma reunião de frentes amplas de mulheres pela paz. “Salvem a Paz”, “Parem a Produção da Bomba Atômica”, “Negociem a Proibição de Armamentos Atômicos com a União Soviética”: esses são os slogans das mulheres dos EUA no Dia Internacional da Mulher.

A Luta Pela Paz

A relevância especial do feriado deste ano, seu significado específico para trabalhistas, progressistas, comunistas e americanas trabalhadoras em geral, está na condenação, amplamente difundida entre os diversos setores do povo americano, da ordem dada por Truman, a sangue-frio, para produzir a bomba de hidrogênio e inaugurar a corrida suicida por armas atômicas e de hidrogênio.

Para desgosto dos ideólogos imperialistas do “Século Americano”, há uma crescente indicação crescente, por parte de milhões de americanas, da oposição à guerra, do desejo ardente por paz, da rejeição à política de guerra bipartidária de Truman.

Tal como em grupos de mulheres protestantes, muitas organizações de mulheres se opõem ao pacto de guerra do Atlântico Norte, que se traduz em miséria para as massas de mulheres americanas e suas famílias. Esse desdobramento coincide com o posicionamento político de organizações de mulheres progressistas que têm exigido abertamente negociações pacíficas sobre as diferenças com a União Soviética, a proibição de armas atômicas e o fim da Guerra Fria.

Na linha da reação de choque à ordem dada por Truman para a produção da bomba de hidrogênio, houve a declaração da Liga Internacional de Mulheres por Paz e Liberdade exigindo que o Secretário de Estado Don Acheson “deixasse claro, por meio de ações e palavras, que os Estados Unidos desejam negociações e concordância” com a União Soviética. Isso é necessário, complementa a declaração, para evitar “que a condenação mundial recaia sobre esta nação”. Tal organização também manifestou sua oposição à sugestão de Acheson para a retomada das relações diplomáticas entre os membros da ONU e a Espanha franquista, bem como à prorrogação do projeto de lei sobre tempos de paz.

Estas e outras demonstrações de oposição à política da bomba de hidrogênio do governo por parte de notáveis organizações de mulheres e líderes se mistura às relevantes atividades de base, de frente unificada, pela paz, desenvolvidas em várias comunidades. Por exemplo, em Boston, por força do referendo pela paz “Salvem a Paz – Proíbam a Bomba Atômica”, que circulou em novembro passado, foi criada uma organização de mulheres permanente, ampla e de frente unida, chamada “Minute Women For Peace”. Naquela cidade, em dez dias, mais de 6.000 mulheres de organizações religiosas, sindicais, fraternais, negras, cívicas e lideradas pela classe média assinaram cédulas de votação exigindo a proibição da bomba atômica. Na Filadélfia, um Comitê de Mulheres pela Paz encaminhou ao presidente Truman uma cédula de votação para “Proibir a Bomba de Hidrogênio – Vote pela Paz”. Desdobramentos semelhantes ocorreram em Pasadena e Chicago. A ampla resposta de mulheres de todos os espectros políticos a essas cédulas de votação é um indicador da disposição das americanas em desafiar a monstruosa doutrina Truman-Acheson que afirma que a guerra é inevitável. A replicação desses desdobramentos em outras cidades, especialmente entre mulheres da classe trabalhadora e negras, certamente está na ordem do dia.

Algo que indica a determinação das mulheres, não apenas de registrar seus sentimentos de paz, mas de lutar por ela, é a aglutinação comunitária, após tal votação, de comitês de mulheres pela paz. A orientação desses comitês é convocar conferências de mulheres pela paz, em aliança com o movimento geral pela paz que agora se desenvolve.

Os sentimentos pela paz amplamente difundidos, em especial entre milhões de mulheres e jovens, devem ser organizados e direcionados, ganhando expressão efetiva e militante. Isso se faz necessário, pois governantes monopolistas estão fazendo tudo que é possível para enganar a população e minar sua disposição de lutar pela paz. São agentes particularmente traiçoeiros dos causadores da guerra os líderes trabalhistas social-democratas e reformistas, a hierarquia reacionária Católica Romana e os agentes americanos da gangue de espiões imperialistas do fascista Tito, cuja principal tarefa é confundir, dividir e minar o campo da paz.

Portanto, uma condição fundamental para reunir as massas de mulheres americanas no campo da paz é libertá-las da influência dos agentes do imperialismo e despertar nelas o senso de internacionalismo com milhões e milhões de irmãos no mundo para protestar contra as medidas repressivas e mortíferas implementadas contra incontáveis mulheres vitimadas por fantoches de Wall Street, na Itália, sob o Plano Marshall, na Grécia e na Espanha fascistas, para conectá-las, em solidariedade, a todas as mulheres anti-imperialistas que, unidas na Federação Democrática Internacional de Mulheres, chegam a 80 milhões em 59 territórios e que estão no fronte da luta por paz e democracia.

Nesses territórios, mulheres antifascistas coletam milhões de assinaturas pelo banimento da bomba atômica, contra o Plano Marshall e o pacto de guerra do Atlântico Norte, pelo desarmamento mundial, etc. Na República Democrática Alemã, 5 milhões de assinaturas foram coletadas por mulheres em prol da proibição da bomba atômica. Na Itália, a União de Mulheres Italianas coletou mais de 2 milhões de assinaturas para apresentação ao governo De Gasperi. Na França, mulheres conduziram protestos quando os corpos de soldados franceses foram devolvidos em consequência da guerra, financiada pelo Plano Marshall, conduzida pelo seu próprio governo contra os heroicos vietnamitas. Em África, mulheres o próprio corpo para montar barricadas nas estradas para impedir que os homens fossem levados como prisioneiros em uma militância grevista carregada de slogans sobre anticolonialismo e paz. E quem pode medir o medo capitalista da replicação dessas lutas pela paz por negros e mulheres brancas americanos, especialmente as mulheres da China (conforme refletido na Conferência de Mulheres Asiáticas ocorrida em dezembro passado, em Pequim), cujos laços feudais foram rompidos para sempre em razão da grande vitória da revolução popular chinesa?

Esses e outros avanços anti-imperialistas significativos, atingidos através da luta da frente única, devem inspirar as crescentes lutas das mulheres americanas e ampliar sua consciência sobre a necessidade de campanhas militantes de frente única em torno das questões ardentes do dia, contra a opressão monopolista, a guerra e o fascismo.

Ataques Ideológicos e Políticos da Reação Contra as Mulheres

O capital monopolista americano só pode oferecer às massas de americanas, que compõem mais da metade da população do país, um programa de guerra e fascismo. Um artigo da recente edição que marca a metade do século, da revista Life, intitulado “Cinquenta Anos das Mulheres Americanas” foi típico da ideologia que norteia tal perspectiva de guerra. Essa “contribuição” não manteve a promessa feita às americanas na demagógica fala sobre o ano 2000 contida na mensagem anual de Truman ao Congresso (State of The Union), mas descaradamente ofereceu o slogan de guerra KKK (Kinder-Küche-Kirche, isto é., Filhos, Cozinha e Igreja) e uma “psicologia de guerra” para as mulheres americanas!

O autor, Winthrop Sargeant, na linha do decadente “teórico” Oswald Spengler, adotado pelo nazismo, apresentou sua filosofia barata na publicação de Luce, segundo a qual “… somente em tempo de guerra, os sexos chegam a uma relação normal entre eles. O homem assume o papel heroico dominante e a mulher, tentando agradá-lo, assume sua função adequada e normal de ser feminina, glamurosa e inspiradora. Com a chegada da paz, uma decadência se estabelece. O homem se torna primariamente um vale-alimentação e a mulher se torna um desmazelo assexuado, transferindo seu interesse no homem para diversas buscas intelectuais improdutivas ou ocupações neuróticas, como carteado ou política. A civilização feminina, portanto, vai para o buraco até que um novo desafio, na forma de psicologia de guerra, reestabeleça seu equilíbrio”.

A intenção real de tal ideologia deveria ficar óbvia a partir de sua essência bárbara, vulgar e fascista. O objetivo dessa e de diversas outras “teorias” misóginas é impedir e atrapalhar a crescente participação social feminina, especialmente na luta pela paz. Esse é o alfa e o ômega dos ataques ideológicos burgueses contra as mulheres desde a traição pós-guerra dos compromissos da nossa nação com os aliados de guerra.

Essa ideologia acompanha a crescente crise econômica e penaliza especialmente as mulheres negras, trabalhadoras, e a classe trabalhadora em geral, mas também as mulheres em fazendas, escritórios e profissões, que cada vez mais vêm entrando na luta para resistir à deterioração de sua situação econômica.

Todavia, nem sempre a natureza desse ataque ideológico é percebida pelas forças progressistas trabalhistas, sendo cada vez mais disfarçado como ataques à feminilidade,  à mulheridade, à busca por felicidade pessoal e familiar. O grande capital acelera sua ofensiva ideológica contra o povo com a oposição forçada à participação social feminina pela paz e às suas demandas econômicas e sociais urgentes.

Entretanto, nenhum desses ataques foi tão raivoso quanto a recente acusação falsa de “agente estrangeiro” feita pelo Departamento de Justiça (DOJ) contra o Congresso de Mulheres Americanas (CAW) em razão da antiga afiliação dessa organização com a Federação Democrática Internacional de Mulheres (WIDF).

Somente os mais incautos, é claro, estão surpresos com o ataque contra essa organização progressista de mulheres, cujas políticas nacionais e internacionais sempre estiveram identificadas com o campo progressista. A liderança do CAW, em um comunicado à imprensa, respondeu ao ataque contínuo do DOJ, que exige o “cumprimento retroativo” da antidemocrática Lei Kellar-McCormack, apesar da desfiliação da entidade da WIDF (sob protesto). A declaração menciona que essa organização foi acossada desde seu nascimento exatamente em razão de seu posicionamento político avançado e suas atividades pela paz, pelo bem-estar das crianças, por educação, pela união entre negros e brancos, além de direitos iguais para as mulheres. Cabe aos progressistas trabalhistas expressar apoio integral à luta das mulheres contra esses e outros ataques e à Conferência sobre Cuidados com Crianças, a ser realizada em Chicago, nos dias 15 e 16 de abril. A convocação para essa conferência indica um apoio amplo, de frente única, que inclui líderes do CAW, e exige o uso de superávits públicos e a realocação de receitas de guerra para a alimentação de crianças carentes no país.

Condições Econômicas das Trabalhadoras

Qualquer avaliação verdadeira da atual situação das mulheres nos Estados Unidos deve começar pelos efeitos da crescente crise econômica sobre as trabalhadoras, trabalhadora rurais, esposas de trabalhadores, mulheres negras, mulheres de origens diversas, etc. A ofensiva de empregadores, com base na Lei Taft-Hartley, para reduzir os padrões salariais e abolir os direitos trabalhistas à greve e negociação coletiva, bem como a demissão generalizada de trabalhadores negros em diversas indústrias, teve como presságio a retirada sistemática de mulheres da indústria de base no pós-guerra.

As mulheres constituíam 36,1% de todos os trabalhadores em 1945, mas esse número foi reduzido a 27,6% em 1947. Apesar disso, ainda há uma força considerável de 17,5 milhões de trabalhadoras na indústria, e aproximadamente 3 milhões delas estão organizadas em sindicados, sendo a grande maioria ainda não organizada.

Os raros dados econômicos disponíveis mostram que o ônus da crise está sendo progressivamente colocado nos ombros das trabalhadoras, que recebem salários desiguais, são vítimas de aceleração do trabalho e enfrentam sérios obstáculos ao próprio direito de trabalhar. As trabalhadoras mais velhas são cada vez mais penalizadas com demissões. Quase 30% dos 6 milhões de desempregados são mulheres trabalhadoras.

Em paralelo com essa ofensiva reacionária contra seus padrões de vida, as trabalhadoras têm cada vez mais responsabilidades econômicas. Mais da metade delas, conforme revela uma pesquisa feita pela Secretaria da Mulher do Departamento do Trabalho dos EUA, são arrimos de família. A persistente expulsão de mulheres da indústria, o desemprego crescente de homens e jovens, bem como os altos preços de alimentos e bens de consumo em geral, fixados por monopólio, estão empobrecendo a família americana e impactando a saúde da população.

O empobrecimento atingiu as mulheres da área rural de forma alarmante. Quase 70% das famílias rurais ganharam menos de US$ 2.000,00 em 1948, quando a crise na agricultura estava ainda na primeira fase.

As trabalhadoras ainda enfrentam uma grande diferença salarial em comparação com homens na mesma função, enquanto o salário das mulheres negras fica especialmente reduzido abaixo do salário-mínimo necessário para a subsistência.

Há tendências crescentes de limitação de currículo para mulheres estudantes e oportunidades limitadas para mulheres nas profissões. As tendências de emprego também mostram cada vez mais penalizações de trabalhadoras casadas, que formam mais da metade da força de trabalho feminina.

A tentativa dos empregadores de fomentar divisões entre trabalhadores homens e mulheres para criar um “antagonismo sexual” é uma característica cada vez mais presente na ofensiva para reduzir o salário de mulheres e da classe trabalhadora em geral. Dizem aos homens trabalhadores que a demissão de mulheres casadas e o “retorno das mulheres à cozinha” levará ao fim do desemprego entre os homens, mas toda essa campanha contra “rendimentos em dobro” e pelo “retorno das mulheres à cozinha” é um mero disfarce para a ofensiva reacionária da Lei Taft-Hartley contra salários, condições laborais e benefícios de seguridade social, com o objetivo de se livrar de trabalhadores em larga escala, tanto homens quanto mulheres.

Deve-se dizer claramente que há uma letargia por parte dos progressistas do movimento trabalhista em responder e combater essa demagogia insolente. Destaca-se que os capitalistas financeiros alemães também usaram essa fala demagógica antes da ascensão de Hitler. Ao perpetuar o slogan mentiroso de que “o lugar da mulher é na cozinha”, o capital monopolista busca ocultar a fonte real dos problemas de todos os trabalhadores.

Consequentemente, trata-se de uma questão de ataques, não apenas contra as massas de mulheres, mas contra a classe trabalhadora como um todo. Quando lidarmos com a situação das trabalhadoras, nós o faremos não só para proteger a parcela mais explorada da classe trabalhadora, mas para unir os progressistas trabalhistas e nosso próprio Partido  em prol do trabalho para as massas de trabalhadoras, conduzindo-as para a crescente coalisão antifascista e antiguerra.

Os Sindicatos e as Trabalhadoras

Está mais do que provado que a militância das trabalhadoras vem aumentando, como mostram as greves do ano passado em setores como a indústria elétrica, de comunicações, de embalagens e das greves de professores e trabalhadores de escritório. Os progressistas trabalhistas entenderam a importância da necessidade vital por um programa sindical baseado no conhecimento concreto sobre as condições das trabalhadoras? Compreenderam os ataques da reação a elas econômica, política e socialmente?

Alguns sindicalistas progressistas de esquerda estão começando a enfrentar esse problema como algo decisivo. No Distrito 4 de Nova York da EU, a criação de um Comitê de Mulheres mostrou uma incrível iniciativa. Sindicalistas, homens e mulheres, participam juntos na formulação de um programa e no combate às crescentes tendências de desemprego, especialmente a demissão de mulheres casadas e sua substituição por alunas jovens do ensino médio, com salários menores, uma tendência que afeta os salários de todos os trabalhadores. Nesse sindicato, também houve conferências sobre os problemas das trabalhadoras. Da mesma forma, em Illinois, uma pessoa da casa de processamento da Armour realizou uma conferência de mulheres para aumentar a participação de negros e mulheres brancas trabalhadores. Em consequência da luta educacional e trabalhista, a licença-maternidade, que anteriormente era de três meses, passou para um ano.

Todavia, esses exemplos são exceções, não a regra, e seria incorreto deixar de mencionar que as atitudes de supremacia masculina entre progressistas de esquerda em sindicatos e em outros espaços contribuiu para a grave falta de consciência sobre a necessidade de lutar pelas demandas de mulheres em lojas e departamentos. Essa ideologia burguesa está refletida na aceitação do comportamento burguês de “tolerância normal” às mulheres na indústria como um fenômeno “temporário”. Essa ideologia persistente e perigosa deve ser combatida com base no reconhecimento de que a dinâmica da própria sociedade capitalista significa o afastamento das mulheres de casa e sua entrada na indústria como parte permanente da força de trabalho explorada. Marx e Engels, fundadores do socialismo científico, há mais de 100 anos expuseram a hipocrisia piedosa dos trovadores do capitalismo, que compuseram hinos sobre o “futuro glorioso” das relações familiares sobre o capitalismo. Eles perceberam o fato que muitos progressistas esquecem num piscar de olhos: que “pela ação da indústria moderna, todos os laços familiares entre proletariados são estraçalhados… A burguesia arrancou da família o seu véu sentimental, reduzindo-a a uma mera relação pecuniária” (Manifesto do Partido Comunista).

A ausência de um veículo especial para enfrentar os problemas das trabalhadoras em sindicatos indiscutivelmente contribuiu para que eles fossem enfrentados não como questões sindicais, mas apenas como questões femininas. Eles são as duas coisas, é claro, mas devem ser enfrentados como uma responsabilidade especial do sindicato, com comunistas e progressistas corajosamente à frente. Em muitas circunstâncias, essa abordagem melhoraria as lutas de base por aumento salarial, contra a aceleração do trabalho e relacionadas a outras demandas concretas, além de atrair sindicalistas militantes para participação ativa em movimentos de base emergentes. Nesse sentido, também é necessário examinar as justas reclamações de várias  sindicalistas, especialmente as que trabalham no comércio, que estão preocupadas com tendência de haver menos diretoras eleitas, além da relegação das mulheres a posições meramente de indicação, além do padrão desnecessário de uma estrutura sindical “exclusivamente masculina” em diversos níveis.

Toda essa questão exige que também consideremos a posição das esposas dos sindicalistas.

Indicando a militância crescente das esposas de trabalhadores, temos o papel das esposas de mineiros, centenas das quais, negras e brancas, recentemente fizeram piquetes nos vertedouros vazios de campos de mineração de West Virginia em apoio à demanda de “sem contrato, sem trabalho” de seus esposos, filhos e irmãos. De forma similar, nas atividades portuárias, durante a greve do Local 968, em Nova York, esposas de trabalhadores, em especial mulheres negras e italianas, desempenharam um papel excepcional. Igualmente, em Gary e no sul de Chicago, as mulheres de trabalhadores da siderurgia fizeram cartas abertas de apoio à luta dos mineiros nos portões das siderúrgicas, angariaram alimentos, etc.

A propaganda reacionária não hesita em explorar os conceitos errados de muitas esposas de trabalhadores que, por conta do atraso político derivado do enfadonho trabalho doméstico, deixam de ter participação política, etc., frequentemente adotando a posição de que é o sindicato ou o movimento progressista que lhes roubam os parceiros com relação às responsabilidades domésticas.

Os progressistas trabalhistas e comunistas, portanto, devem dar atenção às organizações de esposas de trabalhadores, o que se tornou uma necessidade política urgente. E a chave para evitar erros pretéritos é o engajamento das próprias mulheres, com apoio dos homens, conforme seus níveis de disposição para a luta.

A Emenda de Igualdade de Direitos

No contexto desses desdobramentos e ataques à situação econômica e social das mulheres, deve-se ver também a recente aprovação da Emenda de Igualdade de Direitos, no Senado dos EUA, por 63-19 votos. A emenda original, apoiada pelo Partido Nacional das Mulheres, baseando-se em um conceito igualitário da situação jurídica das mulheres nos EUA, teria acabado com toda a legislação protetiva conquistada nas últimas décadas pelas mulheres com assistência dos sindicatos. As objeções à emenda original por parte de trabalhistas progressistas e de nosso Partido levaram à formação de uma coalização de cerca de 43 organizações, incluindo grupos como a Liga das Sindicalistas, a Secretaria de Mulheres dos EUA, a Associação Americana de Universitárias, o Congresso de Organizações Industriais, a Federação Americana do Trabalho, a Associação Nacional de Mulheres Negras, etc.

Atualmente, uma abordagem correta dessa legislação deve se basear primordialmente no reconhecimento de que ela foi criada na atmosfera da Guerra Fria, trazendo em seu bojo uma determinação para o alistamento de mulheres nas forças armadas, em prol da economia de guerra. Sem esse reconhecimento, a atual Emenda, que agora demanda que não se mexam com as proteções legislativas já conquistadas pelas trabalhadoras, pode servir como um atrativo eficaz para muitos apoiadores desatentos da igualdade de direitos para as mulheres.

Apesar desse perigo, os progressistas de esquerda não devem deixar de usar o amplo debate que já está ocorrendo, que expõe a real situação jurídica das mulheres: cerca de 1.000 restrições jurídicas ainda se aplicam às despesas das mulheres, em diversos estados, e a legislação sobre salário mínimo não existe para mais de 1 milhão de mulheres negras que são trabalhadoras domésticas. Uma demanda por audiências legislativas e a exposição dos ataques reacionários que agora prevalecem em diversas legislaturas estaduais contra as conquistas legislativas das trabalhadoras são necessárias para assegurar que nenhum projeto de lei que proponha a igualdade de direitos seja aprovado sem as salvaguardas necessárias para proteger as medidas especiais que atendam às necessidades das trabalhadoras. A perspectiva de um referendo necessário envolvendo a uma maioria de 37 estados para aprovação do projeto de lei não deve obscurecer a possibilidade de que a aprovação da legislação, na sua atual forma, ou sem a disposição protetiva, possa servir como um meio para manobras eleitorais bipartidárias para 1950, além da aprovação da Emenda na sua forma reacionária original.

Uma Rica Herança de Lutas

Antes de 1908 e desde então, as americanas fizeram contribuições duradouras à luta por progresso social, contra a escravidão e a opressão aos negros, pela igualdade de direitos das mulheres e seu direito ao voto, contra a exploração capitalista, pela paz e pelo socialismo. Deve-se fazer uma homenagem especial às heroínas que deram a vida na luta pelo socialismo e por liberdade: Elsie Smith, Anna Damon, Rose Pastor Strokes, Fanny Sellins, Williana Burroughs e Grace Campbell. Nesse período do esforço do monopólio americano pela guerra e dominação mundial, a reação presta uma homenagem reticente ao papel das líderes comunistas através de seu delírio de deportação. As lutas atuais das mulheres progressistas e comunistas se misturam às tradições e contribuições de grandes guerreiras na luta contra a escravidão, como Harriet Tubman e Sojourner Truth, de proletárias militantes como as trabalhadoras de 1848, de pioneiras como Susan B. Anthony e Elizabeth Cady Stanton, das criadoras dos legados progressistas e da classe trabalhadora, como Kate Richards O’Hare, Mother Jones, Ella Reeve Bloor, Anita Whitney e Elizabeth Gurley Flynn.

O dia 8 de março foi definido como o Dia Internacional da Mulher pela Internacional Socialista, em 1910, pela iniciativa de Clara Zetkin, a heroica líder comunista alemã que, mais tarde, eletrizou o mundo com sua corajosa denúncia dos nazistas no Reichstag de Hitler, em 1933. Já em 1907, Lenin exigiu que a questão da mulher fosse especificamente mencionada no programa socialista em razão dos problemas, necessidades e demandas especiais das trabalhadoras. Presente na conferência de 1910 como representante do Partido Operário Social-Democrata Russo, Lenin apoiou fortemente e exigiu a adoção de uma resolução que instituiu o Dia Internacional da Mulher. Foi assim que o 8 de março, iniciado pelas americanas, se tornou o Dia Internacional da Mulher.

A degeneração oportunista da liderança da Segunda Internacional inevitavelmente reduziu a luta pela emancipação das mulheres a um mero papel. Interessados apenas em angariar votos, os partidos socialistas só prestaram atenção à questão da mulher durante as eleições.

Lênin e Stalin restauraram e desenvolveram ainda mais a posição revolucionária marxista sobre a questão da mulher. Stalin declarou que:

“Não houve um único grande movimento de oprimidos na história em que as trabalhadoras não tenham participado. As trabalhadoras, que são as mais oprimidas dentre todos os oprimidos, jamais se mantiveram distantes da grande disputa pela emancipação, e nem poderiam (Joseph Stalin, Uma Biografia Política, p. 65).”

Esses dois autores ensinaram que a posição das trabalhadoras na sociedade capitalista, como as “mais oprimidas dentre todos os oprimidos”, as transforma em mais do que uma reserva, mas uma parte completa do “exército regular” do proletariado. Stalin escreveu:

“… As operárias industriais e camponesas constituem uma das maiores reservas da classe operária… O apoio ou oposição dessa reserva feminina determinará o destino do movimento proletário… A primeira tarefa do proletariado e de sua vanguarda, o Partido Comunista, portanto, é entrar na luta para arrancar as mulheres, operárias e camponesas, da influência da burguesia, educando-as e organizando-as politicamente sob a bandeira do proletariado… Mas as trabalhadoras… são mais do que uma reserva. Elas podem e devem se tornar… um exército regular da classe trabalhadora… lutando lado a lado com o poderoso exército do proletariado (Stalin, ibid.)”

As Mulheres no Socialismo

A emancipação plena das mulheres só é possível no socialismo. Foi apenas com a Revolução Socialista de Outubro que, pela primeira vez na história, as mulheres estavam plenamente emancipadas e tinham garantida a total igualdade social em todas as fases da vida.

As mulheres da URSS têm igualdade de direitos com os homens em todas as esferas da vida econômica, estatal, cultural, social e política (Nova Constituição Soviética, artigo 122).

Todavia, a igualdade de direitos na URSS não envolve apenas os direitos jurídicos formais que, na democracia burguesa, são restringidos, quando não negados na realidade, pela própria natureza da exploração capitalista. Na União soviética, o pleno gozo da de direitos iguais é garantido pela própria natureza da sociedade socialista, na qual as divisões em classes e a exploração humana são abolidas. Nas democracias burguesas, a igualdade de direitos para as mulheres constitui, no máximo, uma demanda programática ainda a ser alcançada e a luta constante é necessária para proteger até mesmo os direitos que já viraram lei.

Na URSS, os artigos sobre igualdade de direitos contidos na lei são apenas codificações de uma realidade já existente e garantida. Não é de se admirar que as mulheres soviéticas expressem tanta confidência no socialismo e tanto amor pelo povo. O respeito que elas têm por outras nações e a empatia profunda pelos povos oprimidos que lutam pela liberação nacional se baseiam na firme convicção de que seu país socialista é o fator decisivo e o líder na luta pela paz.

O marxismo-leninismo rejeita, por falaciosas, as noções igualitárias pequeno-burguesas. A igualdade de direitos no socialismo não significa que as mulheres não têm proteções especiais e amparo social exigidos por sua função especial (criação dos filhos etc.) e por necessidades especiais que não se aplicam aos homens.

A Contribuição do Camarada Foster

O Partido Comunista dos EUA tem várias conquistas positivas a registrar, nos últimos 30 anos, no campo da luta pelos direitos das mulheres e na promoção da participação delas na luta contra a guerra e o fascismo.

Foi excepcional a participação recente de mulheres do Partido e camaradas que são esposas dos 12 líderes do nosso Partido indiciados na luta de massas para ganhar a primeira rodada do julgamento enviesado na Foley Square. E na luta contínua contra as armações contra os líderes do nosso Partido devemos envolver massas ainda maiores de mulheres.

Sob iniciativa e com as contribuições do Camarada Foster no aprofundamento de nossa compreensão teórica sobre a questão da mulher, está se desenvolvendo uma nova valorização de nossas tarefas no Partido. As Comissões Partidárias sobre Trabalho Entre Mulheres estão operando nos distritos maiores e menores. O Dia Internacional da Mulher marcará o ápice da mobilização ideológica e política e dos passos organizacionais para intensificar nossas atividades de frente unida entre mulheres, em especial em torno da questão da luta pela paz. Uma outra contribuição para esse fim vem sendo preparada, que é um esboço teórico-ideológico bem-delineado da posição do marxismo-leninismo acerca da questão da mulher.

O Camarada Foster invocou a maestria teórica da questão da mulher como necessária para combater os inúmeros preconceitos contra a mulher que prevalecem em nossa sociedade capitalista e “todo o sistema de ideias de superioridade masculina que continua desempenhando um papel importante na subjugação da mulher”. As palavras do Camarada Foster são um importante guia do trabalho do Partido entre as mulheres:

“O objetivo básico de todos os nossos estudos teóricos é esclarecer, aprofundar e fortalecer nosso programa prático de luta e trabalho. Isso vale tanto para a questão do trabalho das mulheres quanto para outros ramos das atividades do Partido. Assim, o aguçamento de nossa análise teórica da supremacia masculina e da luta ideológica contra tal supremacia ajudarão no trabalho rotineiro entre as mulheres…”

O Camarada Foster enfatizava especialmente as pré-condições ideológicas para uma luta efetiva nesse fronte:

“Mas tais demandas e lutas, por mais vitais que sejam, não se bastam em si mesmas. Elas devem ser reforçadas por uma luta enérgica contra todas as concepções de superioridade masculina, que é justamente o que está faltando…”

Deve ocorrer um ataque ideológico contra todo o sistema de ideias de superioridade masculina, que continua a ter um papel importante na subjugação da mulher, e tal campanha ideológica deve estar fundamentada em sólidas bases teóricas (Willian Z. Foster, “On Improving the Party’s Work Among Women”, Political Affairs, novembro de 1948).

Tarefas do Partido

Na esteira do artigo do Camarada Foster na revista Political Affairs, houve nove Conferência do Partido sobre o Trabalho entre as Mulheres, com participação ativa dos líderes distritais do Partido. Houve dois grandes treinamentos regionais para formação de quadros de mulheres. No último verão, ocorreu uma conferência, que durou um dia inteiro, sobre marxismo-leninismo e a questão da mulher na Jefferson School of Social Sciences, com a presença de 600 pessoas. Os desdobramentos demonstram uma sede pelos ensinamentos marxista-leninistas sobre a questão da mulher.

Entretanto, deve-se dizer claramente que é necessário combater todas as ideias de supremacismo masculino que ainda estão impregnadas nos movimentos trabalhistas e progressistas e no nosso Partido. Extirpar essa ideologia, que emana da classe dominante e é sustentada por séculos de mitos sobre a “inferioridade biológica” das mulheres, exige uma luta constante. Não reconhecer as desvantagens sociais especiais das mulheres sob o capitalismo é uma das principais manifestações da supremacia masculina. Essas formas especiais de opressão afetam especialmente as trabalhadoras urbanas, rurais e as mulheres negras, estas triplamente oprimidas, mas em graus variados, elas ajudam a determinar o status inferior das mulheres de todas as classes sociais.

Os homens progressistas e comunistas devem se tornar lutadores de vanguarda contra as ideias de supremacia masculina e em favor de direitos iguais para as mulheres. É frequente vermos, na expressão e prática de progressistas trabalhistas e até de alguns comunistas, conversas superficiais sobre mulheres “como aliadas”, mas sem qualquer esforço para combater tais ideias supremacistas que prejudicam a capacidade de mulheres de lutarem por paz e segurança. São muitos os homens progressistas trabalhistas, sem contar os comunistas, que resistem à plena participação das mulheres, repetem noções “igualitárias” burguesas a respeito das mulheres, tendem a evitar discutir a fundo a questão da mulher e deixam o problema de lado com decisões autoritárias. Os resultados iniciais das escolas de formação de quadros e seminários sobre a questão da mulher mostram o que a promoção de um entendimento teórico sólido pode conseguir para o nosso Partido. Muitos desses alunos começaram a enfrentar seriamente as noções de supremacia masculina em relação às principais tarefas do movimento e às próprias atitudes.

A manifestação do feminismo burguês no movimento progressista das mulheres e também em nosso Partido é um resultado direto da prevalência das ideias de superioridade masculina e demonstra a necessidade de nossas camaradas estudarem os ensinamentos marxista-leninistas sobre a questão da mulher. Segundo o feminismo burguês, a opressão da mulher deriva não do sistema capitalista, mas dos homens. O marxismo-leninismo, rejeita e combate os “igualitarismos” pequeno-burgueses nutridos pela Social-Democracia, não tendo nada em comum com a idiotice burguesa da “batalha dos sexos” ou com a “abordagem” freudiana irracional da questão da mulher. Essas ideologias falsas devem ser combatidas pelos movimentos progressistas-trabalhistas de mulheres e, em primeiro lugar, pelas comunistas. As sindicalistas mais antigas e as comunistas de todos os níveis da liderança do Partido devem ser participantes centrais na batalha contra tais ideologias e na luta para arregimentar as massas de mulheres em favor da paz. Todas as comunistas devem, como disse Lenin: “fazer parte do movimento de massa”, assumindo a responsabilidade pela liberação das mulheres.

Devemos garantir que os quadros femininos acabem com o isolamento das mulheres em meio às massas, atribuindo a esses quadros tarefas a serem realizadas entre mulheres, tanto junto às massas quanto ao Partido. As Comissões de Mulheres do Partido devem ser fortalecidas. Todos os departamento e Comissões do Partido devem enfrentar tais questões de forma mais consistente, pondo fim ao conceito falso de que o trabalho entre mulheres representa uma “cidadania de segunda classe” em nosso Partido. Uma responsabilidade fundamental das Comissões de Mulheres é dar mais atenção e apoio aos movimentos da juventude.

Devemos medir o trabalho do Partido entre as mulheres através da efetividade em oferecer liderança e orientação para os quadros envolvidos no trabalho de massas, de modo a concentrá-las entre as trabalhadoras e construir o Partido. Para tanto, ademais, a classe trabalhadora e as mulheres negras precisam ser promovidas em todas as esferas do trabalho no Partido e na atividade de massas.

É necessário um exame do nosso trabalho entre as mulheres em todos os distritos do Partido. Há necessidade de conferências do Partido acerca dos problemas enfrentados pelas trabalhadoras e donas de casa. Examinar os problemas das mulheres negras, há muito negligenciados, é um bom começo e deve fazer parte de todos os futuros trabalhos entre as mulheres. Trata-se de uma tarefa imperativa à luz da militância e da tenacidade das mulheres negras, que participam das lutas em todas as frentes.

A experiência mostra que uma área principal do nosso trabalho deveria e deve ser o campo da educação, na qual a reação monopolista e a hierarquia da Igreja Católica se concentram em uma política que instila ideologias militaristas, racistas e pró-fascistas na mente de nossas crianças, acossa professores progressistas, conduz caças às bruxas, etc. Nessa esfera, onde houve bons trabalhos, vitórias foram conquistadas, como na derrota de medidas legislativas reacionárias direcionadas a professores progressistas. Nas crescentes lutas para amenizar as revoltantes condições de ensino, em especial em comunidades negras, porto-riquenhas, mexicanas e em outras comunidades da classe trabalhadora, as mulheres comunistas e progressistas têm uma importante tarefa de realizar e uma oportunidade de desenvolver uma frente extremamente ampla e unida para que a empreitada seja bem-sucedida.

Ao conectar a luta contra questões aparentemente menores, como salas de aula lotadas, condições insalubres, falta de instalações de cuidado com crianças, etc., às questões de ensino de conteúdos reacionários ­– racismo, ultranacionalismo, etc. –, a consciência política das massas de pais, mães e responsáveis pode ser desenvolvida no sentido de que entendam a interconexão entre a demanda por almoço para uma criança faminta e a demanda das pessoas por segurança econômica, entre a campanha pela demissão do racista e antissemita Mae Quinn do sistema educacional e a luta do povo por direitos democráticos, entre o protesto contra um texto escolar ultranacionalista e a luta ampla do povo por paz.

No espírito do Dia Internacional da Mulher, nosso Partido tem tarefas gigantescas a enfrentar. A mobilização das massas de americanos, juntamente com a arregimentação e ativação dos quadros de mulheres em favor de mais lutas pela paz e abarcando as necessidades especiais da feminilidade oprimida, é indispensável à construção e ao fortalecimento da coalizão antifascista, anti-imperialista e antiguerra. Dessa forma, ao trabalharmos para fortalecer o movimento pela paz entre as mulheres, devemos atrair as massas de mulheres para a iminente campanha eleitoral de 1950 e assim, com base nas experiências delas na luta, devemos ajudá-las a desenvolver a consciência política para que entendam a demagogia do bipartidarismo e a falsidade das promessas grandiosas de Truman. Dessa forma, grandes passas de mulheres podem ser levadas a frear o sistema bipartidário do capital monopolista e a aderir ao movimento por um terceiro partido. No curso desse desdobramento, com nosso Partido na tarefa de vanguarda, grupos avançados de trabalhadoras atingirão o nível de consciência socialista e, na qualidade de comunistas recrutadas, continuarão na luta entre as massas amplas de mulheres fundamentadas na convicção científica de que  a garantia final de paz, pão e liberdade e que a plena emancipação da coletividade subjugada de mulheres só será alcançada em uma América socialista.

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